As questões periféricas como temas de campanha

27 10 2010

Você meu caro eleitor, que deverá ir às urnas no próximo domingo para decidir qual será o próximo presidente da república, com certeza votará de acordo com suas convicções políticas, baseado em experiências políticas próprias, que certamente variam de acordo com a formação pessoal de cada um.

Não quero aqui falar sobre os candidatos nem tampouco revelar minha opinião sobre partidos ou programas eleitorais.

O fato é que os partidos, PSDB e PT, contratam “marketeiros” que traçam as balizas pelas quais as campanhas são feitas e estes profissionais fundamentam-se em milhares de pesquisas para nutrirem os candidatos com todas as informações necessárias para, inclusive, transmitir aos eleitores quais serão os programas políticos que serão, teoricamente, implantados no país.

A conclusão que eu cheguei sobre esta acessoria política é a de que os partidos confiam totalmente na ignorância dos brasileiros, confiam na falta de formação escolar, no fato de a maioria dos brasileiros não observarem a política de forma séria e na histórica absoluta ausência de crença política.

Ora, outra não pode ser a conclusão ao observarmos as campanhas e os debates diariamente nos meios de comunicação em que os candidatos ao cargo máximo do poder executivo têm, como temas principais de convencimento de eleitores, temas como privatização, aborto, presidentes que já cumpriram ou ainda cumprem seus respectivos mandatos.

O chefe do poder executivo nacional deveria, em tese, preocupar-se com temas de relevância nacional tais como os rumos da economia, segurança pública, saúde e educação, temas estes que acabaram delegados a um segundo e longínquo plano.

No Brasil, os temas que arrecadam maior quantidade de votos, dada a qualificação internacional de 3º mundo dada ao nosso país, são aquelas ditas assistencialistas como o bolsa família por exemplo, que a despeito de ajudar algumas famílias, em nada contribuem para o crescimento sustentável da nação.

Os temas periféricos, que acabaram por ganhar relevância, ao meu ver, desnecessária, se levarmos em conta os eleitores intelectualmente privilegiados mas que aos olhos da maioria da população brasileira recebe importância, como já dito, são os relacionados às privatizações, aborto  e experiências políticas passadas.

A privatização, por exemplo, ao contrário daquilo que muitos pensam, e com o respeito aos entendimentos diversos, é algo que se deve buscar como de fato é feito em todas as nações desenvolvidas do mundo, ou seja, é algo largamente utilizado tendo-se em vista a saturação da máquina estatal em cuidar de forma eficaz de todos os serviços que os países precisam para desenvolverem-se.

Não se pode negar que o estado não tem as ferramentas necessárias para administrar todos os serviços de forma tão eficaz quanto as empresas, essas sim aparelhadas de forma adequada para desempenhar as funções para as quais dedicam exclusiva atenção.

Portanto, com essas brevíssimas considerações sobre privatização, me parece claro que a questão deveria ser discutida em menor relevo.

Outra questão é a do aborto , que para um dos candidatos deveria ser descriminalizado e para outro deveria continuar a ser ato criminoso com as exceções já previstas no código penal.

Pensar que esta questão pode ganhar a relevância que de fato ganhou  envergonha qualquer cidadão e por isso não dedicarei qualquer observação.

Outro tema que não deveria ser considerado refere-se ao atual presidente e o seu antecessor.

Em uma campanha os olhos dos eleitores deveriam ser voltados ao futuro e não ao passado.

De que nos adiantaria observar que o partido elegeu um ótimo presidente se o próximo for um fracasso ou, de outro plano, eleger um ainda melhor?

O fato é que as propostas políticas, levando-se em conta a formação dos brasileiros, são sempre delegadas ao segundo plano e os temas periféricos nortearam as campanhas que terminarão neste próximo domingo com a eleição daquele que foi o mais hábil em desviar a atenção dos eleitores das questões principais que deveriam ser as de maior relevância.

E assim nossa eterna colônia portuguesa segue adiante!


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